Ele tinha 34 anos e estava internado no hospital universitário Gaffrée e Guinle, na Tijuca, zona norte do Rio de Janeiro. O hospital não divulgou a causa da morte.
A notícia da morte de Lacraia, além de deixar o mundo do funk carioca mais triste, deixa a todos também com aquela imagem que eternizou o dançarino: ele se saracoteando nos palcos dos programas de TV.
Ao convidar o menino homossexual pobre da comunidade do Jacarezinho para lhe acompanhar nos palcos Brasil afora, MC Serginho partiu para o tudo ou nada, em uma tacada de mestre.
Numa área musical extremamente machista como o funk, dominado até então por homens brucutus e mulheres popozudas, MC elegeu um o rapaz franzino e de dança desengonçada para estar a seu lado.
O excesso de carisma de Lacraia afastou qualquer preconceito que pudesse vir sobre ele. Era tão autêntico e simpático no que fazia que afastava qualquer possibilidade de questionamento.
Lacraia abriu portas para a diversidade no funk. Não só para os gays, como também para as mulheres donas de seus narizes que surgiram depois dele, como Tati Quebra-Barraco.
Por isso, não foi surpreendente quando Lacraia invadiu as salas de estar de todas as casas brasileiras, dançando sua Eguinha Pocotó nas tardes dos programas de auditório de todas as emissoras.
E, logo, todos queriam dançar como lacraia, sobretudo as crianças.
Sua dança, absurda num primeiro olhar, logo se tornava uma manifestação da irreverência carioca e daquele sentimento tão brasileiro que faz qualquer um de nós tentar superar as situações mais adversas com alegria.
Esta foi a lição de Lacraia. E a plataforma de seu sucesso.
Que Deus a abençoe e que descanse em paz!
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